1 de setembro de 2008

Jardim de Infância - Jardim da Vida

Acabei de comprar um livro que estava doido para ler... "Tudo que Eu Devia Saber Aprendi no Jardim-de-infância". Ainda não li o livro, mas o titulo me fez relembrar meus momentos na escolinha. Certamente uma das épocas mais marcantes, quantas lembranças agradáveis! E me sentindo um pouco nostálgico, resolvi escrever um pouquinho.


Embora não há como relatar todo o meu período no Jardim, ao me recordar, percebi que muitas coisas que eu realmente devia saber como, dividir, respeitar, amar, superar, insistir, conviver, lutar, etc... tinha aprendido mesmo no Jardim-de-Infância! Pena que a adolescência me tirou boa parte desses ensinamentos... (mas os resgatei mais tarde...)


Meu primeiro amor platônico veio precocemente, no jardim de infância... ah... aqueles cabelos dourados me encantaram. Vibrava com pequenos momentos que às vezes dividíamos juntos, eu, extremamente tímido, passava muito tempo a observar-la, como ela era popular! Era filha do dono do salão, o único unisex da região... não gostava de cortar cabelo lá... mas passava às vezes na porta, quando saía com minha mãe, e ficava ansioso para vê-la. Engraçado como percebia, já naquela época, a diferença social entre nós... naquele momento confirmava-se a minha sina com as donas de cabelos amarelos.


Meu primeiro grande amigo! Também foi no jardim de infância! Estávamos sempre juntos... inclusive nos castigos... fui muitas vezes para o canto ao lado do quadro negro... ficar com a cara na parede... eu de um lado... ele do outro, era difícil manter a seriedade, mesmo de castigo, éramos palhaços assumidos. Quando o castigo era maior, ficávamos trancados no banheiro durante o horário do recreio... era um banheiro limpo mas pequeno... e às vezes, juntava-se a nós mais um ou outro, colocado lá para repensar as atitudes.


Também foi no jardim que passei pelo meu primeiro vexame publico (o primeiro de muitos!!) rasguei as calças no escorregador (hoje, agradeço a Deus que tenha sido somente as calças), fui para casa com os "fundilhos" à mostra! Não conheço ninguém que não tenha tido alguma experiência traumática no jardim... Mas, era questão de poucos dias para superarmos a dor da humilhação ou para que alguém nos substituísse no hall da vergonha... me lembro vagamente de também ter feito xixi nas calças...


Participei de uma peça de teatro, não me lembro mais qual era, apenas me lembro de ter feito o papel de sol, tive apenas duas experiências teatrais... na segunda fiz o papel de... "mato"!?!?!? Sim... eu fui também o mato... :-) Descobri que representar não era bem a minha praia... ótimo, porque eu também não gostava!


Era gostoso ir para o jardim... era um bombardeio de sensações... o inicio do convívio social, as brigas por pouco ou por nada... os estímulos visuais! Paredes cheias de desenhos carregados de cores fortes e personagens sorridentes, o cheiro do Giz de cera e o odor forte de álcool que vinha do mimeografo. A alegria em ver se aproximar o carimbo, sempre com dizeres alegres do tipo, você brilhou, que mancharia o caderno com uma cor viva como o vermelho. Sem falar no carinho e afeto das "Tias" que teimavam em nos abraçar mesmo contra nossa vontade. As pequenas excursões e passeios que fazíamos... descobrindo um mundo novo, experimentando um sentimento de liberdade e euforia...


Tudo era festa... Dia do Índio, Dia da Bandeira, Dia das Crianças... e até os dias comuns...


"Comecinho de Vida" era e ainda é o nome dessa escolinha que frequentei... aonde dei meus primeiros passos para a vida. Me desviei muito do que aprendi lá, mas nunca me esqueci. Aprendi lições importantes que, talvez se tivesse aplicado desde o inicio, certamente teria tido uma vida mais feliz e tranquila.


Sobre o Livro

Tudo que Eu Devia Saber Aprendi no Jardim-de-Infância


Sinopse (Retirada de: Cia dos Livros)


Comparado a clássicos como O pequeno príncipe e Fernão Capelo Gaivota, este livro reúne textos curtos, crônicas líricas e bem-humoradas que lançam uma luz sobre o cotidiano. Revelando o que há de nobre nas pessoas comuns, o que há de grandioso nas situações banais, Robert Fulghum toca o coração do leitor e desperta nele uma nova percepção. Os temas dos textos são os mais variados - o prazer da comida da infância reencontrado num bar de beira de estrada, a surpreendente sabedoria de um velho sapateiro judeu, o escandaloso amor dos guaxinins, o menino surdo que no outono recolhe as folhas caídas das árvores, a experiência metafísica proporcionada pela lavagem de um cesto de roupas sujas.

11 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, li seu post e fiquei realmente emocionada. Relembrei muuuito minha infância lendo ele. Parabéns, você escreve muuito bem, ganhou mais uma leitora!

p.s.: sou amiga do Teilor (Without Brain)

Anônimo disse...

se decidir dar uma passadinha no meu...

bruna-jabuticaba.blogspot.com

†Maul† disse...

Olá Bruna!

Nossa! Obrigado pelos elogios! Fico feliz que tenha gostado!

Raquel Reckziegel disse...

Nossa! Que texto, hein? Tu escreves de uma maneira super interessante, engraçada e, ao mesmo tempo, profunda!

Teu post me fez lembrar demais da minha infância. Quem nunca rasgou as calças no escorregador?? =DD

Achei teu blog nos links da Bruna (Cotidiano) e do Teilor (Without Brain). Demais.
Continua postando!! Adorei!!


- Raquel


OBS: Se quiser dar uma passada no meu, é http://blogandocomraquel.blogspot.com/

Bruna disse...

Eu sei que isso não é orkut pra ficar mandando recados, mas vim lhe agradecer pelos coments e dizer que tbm não acredito em conto de fadas não...
sempre tentei, mas ando percebendo que minha vida está longe de ser um...
também fico felkiz que tenha gostado dos meus textos..
abração!!!

Anônimo disse...

oi draker,
:(
eu nao lembro de nada..micos?? nossa, eu ja perdi as contas dos micos que tive na infancia;
Sei lá...por outro lado eu fiz o pré nao estudei jardim.
Eu era uma aluna muito burra quanto pequena, eu fiquei até a 4ª série estudando na turma dos "mais fracos".

†Maul† disse...

Ei Iara!

Oh... não fale assim... talvez tenha sido apenas dificuldade! E além do que, hoje você é uma das mulheres mais inteligentes que conheço!

Abraços!

†Maul† disse...

Oi Raquel!!

Que bom que gostou! Será um prazer visita-la!

:-)

Abraços!!

Bruna disse...

Vim dar uma de orkuteira te deixando recado denovo... :P


pois eh...
pode ser que eu viva em um contos de fada...
só que tem uma diferença... o felizes para sempre... está longe de acontecer entende?

mas tudo bem...morreu o assunto, pois senão isso vai virar uma sessão de analistaa!!!!

fique a vontade tbm para me visitar quando quiser!!!
vc é meu convidado!!
abração...

Lugirão disse...

Muito interessante teu post, eu não fui ao jardim da infância , fui alfabetizada por uma vizinha, ela é nossa amiga até hoje, eu e um dos filhos dela, apanhamos muito, pois é , eu conheci a palmatoria, um elemento(torturador de madeira), aprendi a ler rapidinho ,acho que por medo,rs.
Só fui para a escola na 1ª série, a minha escola deixou de existir, mas tenho boas lembranças dessa época, e sobrou até amigos dessa época, que nos falamos até hoje.
Li Fernão Capelo Gaivota, mas não consigo lembrar do enredo, foi numa época que lia compulsivamente, os livros dessa época só lembro quando começo a ler novamente.

†Maul† disse...

Ei Lu!

Muito triste que metódos arcaicos tenham sido utilizados por tanto tempo para promover "castigos".

Eu também tive o prazer de preservar alguns amigos de infância!

Abraços!