10 de junho de 2008

A "Expressão" Necessária


As artes tem grande importância em nossa vida. Por meio delas geralmente expressamos nossos sentimentos e reflexões sobre varias coisas que nos cercam. Talvez essa necessidade de expressão por meio artístico seja um grito angustiado por muitas vezes não termos como nos expressar no nosso dia-a-dia. Essa forma de expressão está presente no mundo desde o inicio. Na escrita, na música, nas artes plásticas, esculturas, cinema...


Conheci algumas pessoas que foram categóricas em afirmar que se expressavam melhor compondo ou esculpindo do que se relacionando com outras pessoas. Realmente é bem difícil buscar a compreensão de outras pessoas. Um bom exemplo disso são as opiniões que as pessoas muitas vezes expressão sobre um assunto sem ao menos conhece-lo ou tê-lo vivido.


Estava pesquisando recentemente sobre “protelação”, um mal muito comum nos dias de hoje, inclusive sofro disto. E fiquei um tanto irritado com as opiniões expressadas por algumas pessoas. Não demonstrei minha irritação, procurei, pelo contrario, entender o ponto de vista alheio. Interessante foi ter “ouvido” palavras como “organização”, “método”, “determinação” e outras palavras de ordem como se esse mal fosse relacionado a preguiça, força de vontade, desânimo e coisas do tipo.


Buscar uma forma de expressão, no meu humilde ponto de vista, é superar uma pequena dificuldade de ser compreendido, aceito, entendido. Ao não obter resposta ou compreensão para nossos anseios, buscamos outras formas de nos expressar. A exemplo disso temos a internet, que transformou-se numa grande galeria de arte e expressão. Basta procurar por um poema, centenas de milhares de páginas serão exibidas com alguma poesia, na grande maioria expressando amor ou dor. Milhares de fotos espalhadas na grande rede exibem belas imagens da vida real, que expressam natureza, lugares, fatos vividos, doces lembranças... às vezes doloridas.


Há todos os tipos de pessoas que se expressam... Aquelas que expressam sentimentos e desejos sem perceber que estes fazem falta em sua vida, aquelas que expressam demais até, estão tão expostas como revistas em consultório médico. E temos ainda aquelas que ainda não conseguiram encontrar um meio de se expressar, de se comunicar.


Toda forma de expressão é válida! E a valorização de alguma arte expressa é gratificante ao criador, não por questões de ego, mas pelo simples fato do pensamento em comum em torno da obra, da reflexão. Do encontro da matilha, de descobrir a ligação sentimental com o grupo. Do relacionamento.


Algumas pessoas buscam sucesso na arte (o sucesso é um conceito pessoal, é um objetivo que cada um traça pra si. O que é sucesso para um pode não ser para o outro.) mas, muitas vezes o sucesso é o causador da destruição artística. A livre expressão somente pode ser exercida se ela for como deve ser... livre. O sucesso muitas vezes pode ter um preço alto demais.


Independente do objetivo traçado em sua busca ao se expressar artisticamente ou não, (sim, existem objetivos, ninguém pinta um quadro á toa. Nunca ouvi ninguém pintar um quadro e dizer “... AH, eu não tinha nada pra fazer... então pintei esse daí!” ou “... encontrei esse pedaço de pau e entalhei nele... só pra matar o tempo...”) Existe grande dedicação, esforço e sentimento por trás da obra expressa. Mas acima de tudo existe a necessidade latente de se expressar! Sendo assim, não faz diferença o meio que você utiliza para se expressar, apenas expresse-se!


Do texto Meditações XVII

John Donne


(Utilizado depois pelo Escritor Ernest Hemingway em “Por quem os sinos dobram”


“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”.


Não seja uma ilha, não tenha medo de se expressar, de expor seus sentimentos... não tenha receio de se dar, ou pior, de não receber. Não se afaste do convívio, não evite amar. Busque a sua arte, a sua forma de se expressar, encha-se de vida, para que não haja arrependimento quando ouvir os sinos dobrarem.

2 comentários:

Lugirão disse...

Não seja uma ilha, não tenha medo de se expressar
É incrível como as pessoas tem medo de se mostrar, e não percebem que o fazem o tempo todo, o difícil é encontrar alguém que tenha olhos para ver.
Eu tenho medo é de não poder me expressar, de não poder interagir com as pessoas, a solidão sim , me parece uma coisa horrível.
Adorei o post.

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†Maul† disse...

Ei Lugirão!!

Compartilho do mesmo medo, interação e convivio é vital.

Muitas vezes falta olhos para perceber que, se esconder, às vezes por medo é perder momentos preciosos na vida!

Que bom que gostou!

Obrigado pela presença!!