15 de maio de 2008

Notícias Que Não Gostaríamos de Ver

Ao passar pelo site MSN Brasil me deparei com a seguinte matéria: “Alexandre Nardoni está “abatido”, diz advogado” (detalhe para "Madrasta não toma banho de sol").




Pudera!!! Qual seria um outro possível estado de espírito que ele poderia ter, estando na situação em que se encontra? Achei a manchete no mínimo curiosa, afinal, seria de se estranhar se Alexandre estivesse feliz, por exemplo.

Não comentarei sobre o caso Nardoni, creio que a justiça fez a parte dela, encontrou culpados para o crime, a defesa insistentemente continuará lutando para provar a inocência do casal (como será possível, eu nem imagino) e nós, bom, continuaremos sendo bombardeados com informações hiper-relevantes como por exemplo, o estado de espírito de Alexandre, no cárcere.

Entenda que, não sou contra a divulgação de informação, pelo contrario, sou a favor. Mas o que não concordo é com a exploração incessante de uma noticia ou fato que acaba por nos deixar alienados.

Não estou sendo frio ou banalizando crime tão hediondo como foi este, alias, diga-se de passagem não é o único. Segundo uma pesquisa, cerca de 5 crianças são mortas por dia de forma hedionda, na maioria das vezes vitimas de abusos familiares.

Mas na maioria desses casos, nem investigação se faz, quando muito, duas linhas escritas em algum folhetim local. Isso é banalizar! E por que? Por que são de classes sociais menos abastadas? Por que não geram renda ao estado? Por que não possuem informação, educação para entenderem seus direitos? Por que a policia está despreparada e mal equipada para investigar esses casos? Por que nossos sistemas (legislativo, judiciário... etc.) mesmo com emendas, estão a tropeçar em si mesmos? Ou será que os direitos humanos... Putz... direitos humanos... deixa pra lá..

Enquanto a bola da vez é o aparente abatimento de Alexandre, e acho que se a esposa, também presa, espirrar logo saberemos, casos como o da empresária (!?!?) que torturava crianças em seu apartamento, a quadrilha composta por prefeitos mineiros favorecida pelo juiz federal que desfalcou o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e tantos outros, cairá no esquecimento.

Juro que eu iria terminar este meu POST aqui... mas não posso deixar de mostrar indignação com a noticia publicada em 07/05/2008 no site do jornal O Tempo, segue um trecho:


"Investigação sobre juiz federal poderá durar muitos anos"

Acusado pela PF de envolvimento na fraude, magistrado conta com regalias

EZEQUIEL FAGUNDES

O regimento interno do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, contém tantas brechas que o processo contra o juiz da 12ª Vara Federal de Belo Horizonte, Weliton Militão dos Santos, poderá se arrastar por muitos anos - até décadas -, com a possibilidade de nunca ter um desfecho. Acusado pela Polícia Federal (PF) de conceder liminares favoráveis à quadrilha do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em troca de propina, Militão foi afastado anteontem por um processo administrativo disciplinar. ... Continua...”


Aos que tiverem interesse, não deixem de acessar a matéria, que ainda diz que, enquanto o processo se desenrolar, o juiz continuará recebendo seus salários normalmente, algo em torno de R$ 24.500,00.

Pois é... por algum motivo que considero mórbido demais, o assassinato de Isabella abafou o caso dos fraudadores do FPM, e é ai que digo que ficamos alienados. Sem querer promover uma teoria conspiratória, a TV, principal formadora de opinião, talvez, sem perceber, afastou nossos olhares para casos como esse. Sinto por Isabella, sinto pelas crianças e menos favorecidos que não possuem o direito de se defenderem, mas observando por este lado, que considero controle das massas, sinto também por nós, que somos manipulados pela forma como nossos meios de comunicação transmitem a informação.

Devemos lutar por direitos de cidadania, pelo direito a vida! Mas devemos evitar de agir com uma mentalidade “medieval”, seguindo uma multidão de enfurecidos com tochas e garfos, para portas de delegacia ou residências alheias atrás de justiça. Opinião pública não é linchamento.

Buscar informação é o primeiro passo para melhorar a qualidade de vida. Rir, sobre manchetes de “abatimento” é importante, mas devemos saber separar o joio do trigo e impedir que a informação nos seja negada ou banalizada como tem sido.

1 comentários:

Lugirão disse...

Não gosto sequer de comentar sobre essa pessoa... acho que o fato de ser mãe, faz com que me sinta mal só em ver a sua foto.

Bjos